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Outros compostos tóxicos no mel

O mel não deve ser considerado um produto totalmente seguro, uma vez que pode conter compostos tóxicos derivados da sua natureza ou do processamento. O processamento leva a perda de  compostos termolábeis, formação de sabores desagradáveis e de compostos que não estão naturalmente presentes e, que podem ser prejudiciais para a saúde, como as aminas heterocíclicas, nitrosaminas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.

 

É um aldeído cíclico formado a partir dos açúcares. Surge durante o processamento, particularmente no aquecimento, como resultado das reações de Maillard e de desidratações catalisadas por ácidos.

 

A presença de HMF e compostos relacionados é um indicador da qualidade e frescura do mel, visto que a sua concentração vai aumentando durante um armazenamento prolongado ou, mesmo até, pelo aquecimento. São muitos os fatores que podem influenciar a sua formação, como por exemplo: propriedades físico-químicas, temperatura, forma de armazenamento (recipiente metálico), etc.

 

O Codex Alimentarius (Alinorm 01/25 2000) estabelece que as concentrações de HMF deverão ser inferiores a 80mg/kg, contudo a EU prevê um limite inferior a 40mg/kg salvaguardando algumas exceções.

 

Uma grande preocupação relativa ao HMF é a sua conversão em 5-sulfoximetilfurfural (SMG), um metabolito altamente citotóxico, que torna preocupante reduzidas exposições dos humanos ao HMF. Relativamente ao potencial carcinogénico observado em roedores, a EFSA anunciou em 2011, que os efeitos observados nestes não são esperados em humanos, sendo necessários mais estudos na área.

Hidroximetilfurfural (HMF)

 

Estrutura do 5-hidroximetilfurfural a) e compostos relacionados b) e c)

Formação de HMF a partir da glucose e frutose

Fitotoxinas

Principalmente família das Ericaceae

 

Podem ser transferidas a partir do néctar para o mel.

 

Para além das GTXs, outros metabolitos secundários como alcalóides pirrolizidínicos, hiosciamina, hioscina, saponinas, estriquinina, gelsemina, oleandrina, etc.

 

Metais pesados

As abelhas têm acesso a uma área de cerca de 50km2 e, por isso, contatam com o ar, solo e água de toda essa zona geográfica. O conteúdo em metais pesados do mel reflete a abundância em metais pesados das redondezas.

 

Exemplos

Turquia: Rhododendron - Cu, Co, Ni, Se, Zn, Ca e Cr

Burgos (ESP): Pb e Cd

Croácia: Cd Cu, As, Hg, e Pb

USDA: quantidade aceitável de "trace elements" no mel:

- Fe 0,42mg/kg

- Mn 0,8 mg/kg

- Zn 2,2mg/km

- Cu 0,36 mg/kg

WHO: não há problemas toxicológicos do consumo de mel com 0,159 % de Pb e 0,195 % de Cd.

 

O Arsénio merece destaque uma vez que é toxico e carcinogénico.

Longo termo a 50mg/L: lesões dérmicas. A exposição pode levar também a cancro da pele, pulmão, bexiga e outros orgãos internos, bem como  a doenças não oncológicas.

 

É necessário conhecer as localizações precisas de produção do mel e distanciar a produção de zonas problemáticas como autoestradas e outras zonas de elevada poluição.

 

Mel fermentado

O mel pode ser fermentado para produção de etanol e de mead.

 

“intoxicated bird incapable of normal flight that had consumed fermented honey...” Kettlewellh

 

Botulismo infantil

Não deve ser dado mel aos bebés/crianças nos primeiros anos de vida!

 

Os esporos de Clostridium botulinum podem contaminar as plantas e serem colhidos juntos com o néctar. Serão depois deglutidos pelas crianças, germinando no seu trato gastrointestinal imaturo, produzindo a toxina botulínica.

Alergias

 As proteínas secretadas pelas abelhas e as proteínas derivadas do polén são as causadoras de reações alérgicas.

 

Os sintomas variam desde tosse até, em casos graves, a anafilaxia.

 

Taxa de incidência de alergias num grupo de 173 pacientes:

2,3% alergicos ao mel, sendo que destes  17% anafilaxia e 30%asma.

 

 

Com adoçantes baratos.

 

Levam ao aumento de HMF, alteração do conteúdo em aminoácidos, como a prolina e, do conteúdo em açúcares.

 

“honey stipulates a pure product that does not allow for the addition of any other substance” (Codex Alimentarius Comission Standards, 2001)

 

A principal preocupação com o mel adulterado é a alteração dos níveis de açúcares, de elevada relevância em termos de controlo nos indivíduos diabéticos e/ou com síndrome metabólico.

 

Mel adulterado

[1] ISLAM, Md, et al. Toxic compounds in honey. Journal of Applied Toxicology, 2014, 34.7: 733-742. consultado a 20.5.2015

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